Neymar e Messi, quem jogou mais em 2015?






Tem quem jure até hoje que Neymar foi injustiçado em 2015, quando supostamente deveria ter sido eleito melhor jogador do mundo e recebido a bola de ouro. Mas tem também, quem jure que Messi sobrou em relação ao brasileiro e que não faz sentido sequer comparar o que um e outro construíram naquele ano. Na visão deste que escreve, nem uma coisa nem outra, ou melhor, um meio termo entre ambas as afirmações. 


Neymar poderia ter sido o grande jogador daquele ano, sim, e não seria injustiça. Assim como não foi com Messi recebendo a honraria. A ideia aqui então, é resumir o que foi 2015 se baseando nos desempenhos dos dois, sempre fazendo um paralelo para que fique claro a seguinte opinião: um jogou tanto quanto o outro. Levando em conta apenas o recorte do ano, independente se até 20 de novembro (dia de encerramento da votação) ou 31 de dezembro, o blog irá recapitular o que aconteceu para tentar convencer você. Os argumentos serão divididos em quatro partes principais para facilitar o entendimento, lembrando que, tudo baseado na minha opinião.


Campeonato espanhol - 1ª parte


Aqui, vantagem pro argentino. O ano começou com derrota, no terceiro dia de janeiro, para a Real Sociedad, sem grande atuação de ambos. No jogo seguinte, 18ª rodada, Messi entra em 2015 no seu nível normal. Jogo contra o Atlético de Madrid com ótima atuação e gol. Neymar também deixou o dele em boa partida. Dali em diante, o argentino iniciaria uma sequência que alternou boas e ótimas atuações, com alguns hiatos pelo caminho, em jogos discretos:


La Coruña - ótima

Elche - ótima

Villarreal - boa/ótima

Bilbao - boa

Levante - ótima

Málaga - discreta

Granada - boa

Rayo Vallecano - ótima

Eibar - boa

Real Madrid - discreta

Celta Vigo - discreta

Almería - boa

Sevilla - boa

Valência - boa

Espanyol - boa

Getafe - ótima

Córdoba - ótima

Real Sociedad - boa

Atlético de Madrid - ótima


Neymar no mesmo período:


La Coruña - boa

Elche - ótima

Villarreal - boa

Bilbao - boa

Levante - ótima

Málaga - discreta

Granada - discreta

Rayo Vallecano - discreta

Eibar - boa

Real Madrid - discreta

Celta Vigo - discreta

Almería - não jogou

Sevilla - boa

Valência - boa

Espanyol - boa

Getafe - ótima

Córdoba - ótima

Real Sociedad - boa

Atlético de Madrid - boa


Nessa série de jogos, cabe lembrar que Messi foi cirúrgico ao ter grandes atuações em momentos chave, como no jogo contra o Rayo Vallecano, que deu a liderança da liga ao Barcelona, e no jogo contra o Atlético, no qual fez o gol do título na vitória por 1 a 0.



Fica claro que, Messi foi melhor, mais regular e mais decisivo no que diz respeito à campeonato espanhol nesta primeira parte. O argentino marcou no período 28 gols contra 11 do brasileiro. Números e performances indiscutivelmente superiores.


Campeonato espanhol - 2ª parte


Aqui entramos na segunda metade do ano de 2015, na fase inicial da liga que terminaria no ano seguinte. Neste ponto, vantagem para o brasileiro. Nos mesmos moldes da primeira parte, a avaliação ficou assim:


Bilbao - boa

Málaga - ótima

Atlético de Madrid - ótima

Levante - ótima

Celta de Vigo - boa

Las Palmas - discreta

Sevilla - não jogou

Rayo Vallecano - não jogou

Eibar - não jogou

Getafe - não jogou

Villarreal - não jogou

Real Madrid - discreta

Real Sociedad - boa

Valência - boa

La Coruña - ótima

Real Bétis - ótima


Neymar no mesmo período:


Bilbao - não jogou

Málaga - boa

Atlético de Madrid - ótima

Levante - ótima

Celta de Vigo - boa

Las Palmas - boa

Sevilla - ótima

Rayo Vallecano - não jogou

Eibar - ótima

Getafe - ótima

Villarreal - ótima

Real Madrid - ótima

Real Sociedad - ótima

Valência - ótima

La Coruña - não jogou

Real Bétis - ótima


Nesse desenho de jogos do campeonato espanhol, Neymar guardou 14 bolas na rede contra 5 de Messi. A diferença na quantidade de grandes atuações também é bem considerável, e aqui vale destacar que, as grandes atuações do brasileiro, foram melhores do que as do argentino em qualquer recorte do ano olhando para toda e qualquer competição, ao menos falando tecnicamente, ignorando o contexto dos jogos.





Num apanhado geral, diria que se tratando de campeonato espanhol, ambos se equivalem em desempenho. Neymar foi mais brilhante (num Barca sem Messi), mas vejo Messi mais importante, além de ter tido performances melhores no momento mais decisivo, no caso, a reta final da liga que começou em 2014. Nenhuma disparidade ou injustiça em caso de preferência por um ou por outro.


Liga dos campeões e Copa do Rei


Na Copa do Rei, Messi e Neymar só entraram em campo pelos jogos correspondentes à temporada 14/15. Novamente desempenhos equivalentes, com vantagem para Neymar no geral das atuações, inclusive fazendo mais gols (foram 7 contra 3), mas com o Argentino brilhando na final com grande atuação e um golaço digno de prêmio Puskas. E novamente sem qualquer injustiça em caso de preferência por um ou por outro.


Na Liga dos Campeões, são dois momentos: o mata-mata de 14/15 e os grupos de 15/16.


Nessa primeira metade, é possível dizer que Messi leva vantagem nos confrontos de oitavas de final. Grandes atuações contra o Manchester City, principalmente na segunda partida (uma das melhores da carreira inclusive), o tal jogo da caneta no Milner que gerou o espanto de Guardiola na arquibancada. Nas quartas, vantagem para Neymar, que apesar de não ter sido o grande nome do primeiro jogo (no caso, Suarez), foi superior ao argentino com três tentos no confronto e grande atuação nas duas partidas. Nas semifinais, grande jogo de Messi no duelo de ida, e boa partida na volta, com Neymar brilhando mais no segundo jogo. A final teve desempenhos parecidos, com Neymar fechando o placar (depois de ter marcado um gol anulado) e coroando a campanha com o título, numa jogada iniciada por Messi.





Você vê alguma disparidade na comparação de ambos, em relação a desempenho? Talvez no números. Messi marcou 2 gols e deu 3 assistências nos nocautes, enquanto o brasileiro anotou 7 tentos.


Na fase de grupos correspondente a temporada 15/16, vantagem para Neymar em desempenho, porém, números parecidos:


Messi

3 gols

1 assistência


Neymar

2 gols

3 assistências


O argentino jogou a primeira partida, e ficou de fora por lesão até voltar na quinta rodada, já com a classificação encaminhada sob o comando de Neymar e companhia. Na nota do blog, novo empate técnico com leve vantagem para o agora camisa 10 do PSG.





Copa América


Talvez o único ponto “indebatível” da comparação. Neymar apesar de ter ido bem no jogo de estreia, inclusive marcando gol, foi muito mal na segunda partida, se envolvendo em confusão que o tiraria dos 2 jogos seguintes. Com a eliminação brasileira que aconteceria antes de sua volta, o brasileiro encerrou então contra a Colômbia sua participação com apenas 2 jogos e um gol marcado.


Em contrapartida, Messi, apesar de também ter finalizado a competição com um único gol, foi um dos melhores jogadores do torneio, sendo eleito o grande nome da competição oficialmente (apesar da minha discordância). Comandou uma confusa seleção argentina que por muito pouco não acabou campeã.





Possivelmente este seria ou será o desempate que faz ou fará as pessoas preferirem o ano de Messi. Mas a intenção do blog não é dar um veredito, pelo menos não em cima da escolha de algum dos dois gênios. A ideia aqui era mostrar e provar (por que não?!) que não há “indiscussão” sobre esse assunto.


Porque cada um foi importante para o Barcelona a seu estilo, no seu momento. Messi foi extremamente decisivo no momento em que se afunilou a disputa pelo título de 14/15, e Neymar o grande nome de um time que ficou quase dez partidas de liga sem o dez argentino, colocando a bola debaixo do braço e “sendo Messi” quando foi preciso. Na Champions, o camisa 10 foi arco enquanto o brasileiro foi flecha, cada qual com sua relevância e brilho, sem superioridade. E como citado acima, talvez o ponto de desempate seja na Copa América.


Não foi abordado o Mundial de Clubes que aconteceu no final do ano pelos poucos jogos e pouco peso na concepção do blog, além de ter acontecido 20 dias após o prazo de votação, claramente não entrando na avaliação de quem contribuiu com a opinião.


Para este que escreve, o argentino continua a ser o melhor jogador do mundo de 2015, nada mudou. Mas sempre foi negociável. Naquele ano, Neymar jogou tanto quanto, e há justiça em quem ache que jogou melhor.

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