6 motivos para "Messi melhor do mundo"

O Cara de 2018/19



Com o fim do período de votação para o prêmio FIFA The Best acontecendo nesta semana, o blog resolveu listar seis motivos para os quais Lionel Messi deveria ser o vencedor. Segue:


Melhor jogador em ligas nacionais na Europa


Artilheiro, melhor jogador, atleta que mais gerou gols na liga, líder de passes chave, gols de falta, segundo em dribles e o mais vezes homem do jogo. Esse foi Lionel Messi na La Liga. Disparado o melhor desempenho olhando todas os nacionais do velho continente. Domínio completo de uma das melhores competições de pontos corridos do mundo, sendo algumas dessas estatísticas dominantes inclusive na comparação com o que fizeram nos outros campeonatos nacionais, vide a Chuteira de Ouro.


“Ahh mas eu acho que a La Liga é fraca”, tudo bem, pode até achar e é direito seu (nem tanto), mas esse “espanholzinho fraco” é disputado por tricampeões europeus recentes, tanto de Liga Europa quanto de Liga dos Campeões, e outro que chegou em duas finais desse segundo torneio e era até então o atual campeão da sul-americana europeia. E como se não bastasse esse cartel de títulos, o último prêmio Fifa The Best, teve quatro dos cinco melhores colocados jogando a liga nacional da Espanha, incluindo o Messi. Nenhum deles jogando mais ou chegando perto do que faz o argentino dentro do campeonato. Ou seja, de fraco não tem nada.


E, como se não bastasse fazer uma das melhores ligas domésticas da Europa parecer um campeonato estadual, Messi ainda levou o título no carona para dar um “arremate final” ao seu argumento de principal jogador dos campeonatos nacionais europeus.


Melhor jogador da liga dos campeões


Nos principais sites de estatísticas o argentino ostenta a melhor nota média do torneio. É o melhor nos números gerais, artilheiro, melhor frequência de gols por minuto, melhor criador de chances e segundo na média de dribles por jogo. Foram 12 tentos anotados com 3 assistências somando 15 gols criados em 10 partidas. Com sobras o melhor meia/atacante da competição. Para efeito de comparação:


Cristiano Ronaldo
6 gols
2 assistências


Tadic
6 gols
4 assistências


Salah
5 gols
2 assistências


Mané
4 gols
1 assistência


Messi apenas no mata-mata
6 gols
2 assistências


Obs: Messi também foi o MOTM mais vezes nos nocautes do que qualquer outro atleta no torneio inteiro.


Comparando com alguns dos melhores jogadores que atuam do meio para frente na competição, fica nítida a diferença de desempenho. Se esticar para outras estatísticas, a diferença só aumenta, acredite. Mas sabemos que a comparação não é apenas com atacantes ou meias, visto que o principal concorrente de Messi a melhor do mundo é um zagueiro. Nesse caso, melhoramos a comparação.


A única forma onde holandês pode ser comparado de maneira uniforme ao argentino, é em questões menos objetivas em relação às estatísticas. Se comparar em números, Van Djik com outros zagueiros na competição, não fica clara a superioridade do xerife do Liverpool. Na reta final do torneio, da pra discutir até quem foi o melhor do clube nessa posição, visto o desempenho soberbo de Matip. E por mais que concordemos que Virgil foi o melhor defensor da Champions, é um tanto claro que ele passou longe de ser o melhor jogador. Messi foi disparado, por exemplo, o jogador mais vezes “melhor da semana”. Sobrou em relação aos colegas de posição, sendo os jogadores de ataque, de modo geral, os melhores da competição, e inclui-se melhor que Van Djik nesse argumento. Tadic, Salah, Mané e Sterling jogaram, para este que escreve, tanto ou mais que o camisa quatro dos Reds.


E ainda que você não concorde (ou não queira enxergar), dificilmente encontrará qualquer ponto onde consiga desconstruir o fato de que Messi foi de longe o cara da principal competição de clubes da Europa, falando propriamente de desempenho individual. Se não acredita, fique à vontade para tentar.


Companheiros de setor


Esse argumento é breve. Novamente a comparação fica no entorno de Van Djik. O holandês teve ao seu lado, alguns dos melhores jogadores da temporada em suas respectivas posições: um dos melhores goleiros, os dois melhores laterais e um dos melhores volantes à frente da área.


Agora imagine ter o desempenho absurdo de Messi, com companheiros em má/péssima fase? Rakitic, Coutinho, Dembele, Suarez, Boateng… Se levar em conta ainda que, construir é mais difícil do que destruir, e Messi por vezes foi um setor ofensivo inteiro, fica fácil perceber uma influência maior em um contexto menos favorável. Mais um ponto para o argentino.


Jogador mais decisivo


É leiguice ou má intenção dizer que Messi não foi decisivo na temporada, e isso não é questão de opinião. Muito se fala que quando o time precisou ele não apareceu. Bom, o Barcelona precisou dele na fase de grupos da Liga dos Campeões e ele estava lá. Nas oitavas, de novo ele. Contra o United nas quartas? Opa! Na semifinal? Igualmente. Foram pelo menos 2 gols entregues em cada fase, fora os passes não convertidos.


Novamente você pode tentar argumentar que no jogo da volta em Anfield, Messi não decidiu, certo? Novamente eu digo que você tem o direito de pensar como quiser, mas, terá que ser coerente e usar esse mesmo filtro para todos os jogadores e exigir a mesma excelência deles em todos os momentos assim como faz com o argentino. Fazendo isso, possivelmente perceberá que nenhum jogador foi decisivo ou regular durante a temporada seguindo a lógica dos seus critérios. Precisar que alguém decida, o clube precisa em todos os jogos, mas não existe um jogador que consiga fazer isso, ou pelo menos ao longo de toda a história deste esporte, não houve.


Mais atuações acima da média


É fácil se lembrar de grandes atuações em 2018/19, e não custa refrescar: algumas delas renderam novamente comparações com Pelé. Messi conseguiu com seu desempenho o que nenhum “concorrente” chegou perto de fazer, que foi ser aplaudido pela torcida adversária.


Vou comparar novamente com Van Djik, visto que é nítida a superioridade do argentino em relação a outros jogadores de ataque. Quantas grandes atuações do holandês você consegue se lembrar? Tem algumas, sim, mas, mesmo as melhores, não se comparam aos melhores jogos de Messi. Não acredita? tente lembrar de partidas de Virgil que se coloquem do lado dos jogos que Messi fez contra Sevilla, Bétis, Tottenham ou United, por exemplo.


Para além disso, cabe ressaltar a importância dos companheiros de setor. São poucas as boas partidas do zagueiro do Liverpool em que não houve uma grande atuação coletiva do setor inteiro. No caso do camisa dez azul e grená, é fácil lembrar de partidas que o argentino salvou pontos para o clube em péssimas atuações coletivas, inclusive aumentando as críticas em cima de Ernesto Valverde. Sim, Messi fez mais em um contexto menos favorável.


Prêmio é individual


Para concluir o raciocínio, é sempre bom ratificar esse ponto: o prêmio é por DESEMPENHO INDIVIDUAL. E, se for dar ênfase em desempenho e em individual, na opinião deste que escreve, não há e nem houve qualquer dúvida de que Messi foi o nome da última temporada, com largas passadas para qualquer atleta. A única forma de encontrar outro protagonista é focando em outros aspectos, como o melhor título, a melhor história, o melhor momento… porque, de verdade, não tem como achar que alguém jogou mais bola que o argentino.


Mesmo o critério dos títulos precisa de coerência. Pense o seguinte: se o que importa é vencer o principal troféu da temporada, é necessário congruência para defender também que cada atleta do time vencedor foi o melhor em sua respectiva posição, certo?


E se para você outro jogador merece o prêmio de melhor do mundo, o seu critério não é desempenho individual. Nesse caso, tudo bem, direito seu valorizar o que quiser. Títulos, na opinião do blog, é, no máximo, um desempate. “Problema” é que, nessa prova, Messi nadou de braçadas.

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